O princípio de todas as religiões é o respeito entre os seres humanos
Parece que voltamos no tempo. Em vez de avançar, retroagimos. Lembrei-me, na última semana, das diversas tias da Praça XI, que desenvolviam a cultura e a religião do candomblé, parte da sua cultura afro, e eram perseguidas pela polícia. Não só elas, como todos que exerciam o direito de professar sua fé.
Até hoje, no Museu da Polícia Militar, há diversas peças do ritual do candomblé que foram apreendidas e estão lá em exposição, quando de muito a gloriosa corporação da Polícia Militar já deveria ter devolvido esses implementos às Casas de Santo. Isso não é troféu para se guardar em museu. Só demonstra como a nossa Polícia lá atrás já discriminou e prendeu tantos que tinham uma religião diferente da religião dominante.
E quando vejo uma mocinha de 11 anos ser agredida a pedrada, é claro que isso me remete à Roma antiga. No surgimento do cristianismo, aqueles que professavam a fé cristã eram dilapidados, isto é, apedrejados. Cito aqui São Tarcísio, que morreu apedrejado. Cito Santo Estevão, apedrejado pelos doutores da lei. E, do lado dos doutores da lei, à época, estava Paulo, que veio mais tarde a se converter e se transformar em São Paulo. De volta à Roma antiga, à pedrada.
É inadmissível o fanatismo religioso dos nossos chamados tempos modernos. Parece-me que alguns se infiltram nas religiões com o único desejo de exercitar seus sentimentos nazifascistas. Porque não existe religião, seja ela qual for, que pregue violência e discriminação. Não faz isso o candomblecista, não faz o umbandista, o kardecista, o católico e não o faz o evangélico, nem tampouco o budista, porque o princípio de todos é o respeito ao outro ser humano.
Vejo esse extremar de posições como algo muito preocupante, principalmente porque a sociedade hoje não acredita no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, e não acredita, também, nas instituições religiosas. Só que fica a pergunta: e qual é o novo caminho? Fica-se só na negação?
Por tudo isso, considero fundamental que a bandeira maior do Parlamento precisa ser a luta contra todo tipo de discriminação e o combate vigoroso e permanente contra a violência que dela resulte.
Matéria retirada da página do PSDB
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