Presidente nacional do PSDB anuncia apoio dos partidos de oposição às manifestações de 13 de março
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou, nesta
terça-feira (23), que os partidos de oposição vão apoiar às
manifestações convocadas pela sociedade contra o governo Dilma Rousseff
programadas para 13 de março em todo o Brasil. A decisão foi tomada após
reunião com parlamentares na liderança do partido no Senado.
“Estamos
distribuindo uma nota de absoluto apoio dos partidos com representação
no Congresso Nacional, os partidos de oposição, às manifestações
programadas para o próximo dia 13 de março, organizadas por movimentos
da sociedade civil, sempre com essa ressalva. Vamos conclamar nossos
companheiros de todas as regiões do país, em todos os municípios do
país, para que se façam presentes nesse momento de profundo agravamento
da crise política, econômica, social e moral que vem devastando o
Brasil”, afirmou Aécio Neves, em entrevista à imprensa.
A nota em
apoio aos protestos foi assinada pelo PSDB, PPS, DEM, PV e Solidariedade
e divulgada após o encontro em que as oposições decidiram também uma
ação conjunta no Congresso.
Impeachment
Aécio
anunciou que os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados
solicitarão ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski, uma audiência para cobrar agilidade na publicação do
acordão do rito do processo de impeachment da presidente da República.
A
tramitação do impeachment está parada desde o final do ano passado,
após o plenário do STF anular a eleição que definiu os nomes da comissão
especial da Câmara dos Deputados criada para analisar o processo de
afastamento de Dilma Rousseff com base no julgamento do Tribunal de
Contas da União (TCU) que apontou crime de responsabilidade da
presidente na gestão das contas públicas.
“Existe trancado um
processo de tramitação do impeachment da presidente da República em
razão das decisões do STF que precisam, quaisquer que sejam as decisões
finais, serem comunicadas à Câmara dos Deputados a partir dos embargos
que ali foram apresentados. A decisão é fundamental para que o processo
volte a tramitar. O que temos é que garantir que as instituições
continuem a funcionar, sejam tribunais, seja o Congresso Nacional”,
afirmou Aécio.
Novas denúncias da Lava Jato
Em
outra frente, os parlamentares da oposição irão à ministra Maria
Thereza de Assis Moura, relatora de uma das ações movidas pelo PSDB no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma/Temer, para
reforçar o pedido que os documentos da nova fase da Operação Lava Jato
sejam anexados ao processo.
O PSDB quer que a Justiça Eleitoral
analise os novos documentos da investigação que resultou na prisão do
publicitário João Santana, responsável pelas últimas três campanhas
presidenciais do PT.
O marqueteiro foi preso hoje pela Polícia
Federal acusado de receber US$ 7,5 milhões no exterior pago por empresas
envolvidas no pagamento de propinas ao PT.
“O que queremos é que
ambas as questões avancem, e elas não são excludentes. Acho até que elas
se complementam. Existe no Tribunal Superior Eleitoral uma ação de
investigação aberta pela maioria dos ministros daquela Corte, e é
preciso que o governo comece a se defender não politicamente, não
atacando a oposição, mas das acusações formais que são feitas”, afirmou
Aécio Neves.
O presidente tucano considerou extremamente grave a prisão do publicitário petista.
“É um fato de extrema gravidade que, tenho certeza, será analisado
pelos ministros. Aqui não há qualquer tipo de pressão espúria. O que
queremos e que haja alguma agilidade para que essa sensação hoje da
sociedade brasileira de desgoverno absoluto possa ser superada”, frisou
Aécio Neves.
Ele concluiu que, na avaliação dos líderes da
oposição, a atual crise política impedirá que o Brasil volte a crescer
com Dilma Rousseff na presidência.
“A nossa constatação, de todos,
sem exceção, é de que, com Dilma na Presidência da República, o Brasil
não encontrará, em um espaço de tempo curto, as condições mínimas de
retomada do crescimento, de redução do desemprego e de melhoria nos
indicadores econômicos e, principalmente, sociais, que vêm trazendo
infelicidade à vida de milhões e milhões de brasileiros”, afirmou.