Um texto em uma das paredes do Castelo de Sintra, em Portugal, datado do século XVII, faz conjecturas sobre a paquera lusitana naquele tempo.
As mulheres de então, usavam o leque para namorar, respondendo, sem verbalizar, às investidas de seus pretendentes.
Mas, o quê é um leque?
Segundo o "Aurélio" é "uma espécie de abano com varetas cobertas por uma faixa de papel ou pano especial e articuladas por um eixo comum na extremidade inferior, de maneira a se poder abrir e fechar com facilidade para agitar o ar".
O texto do Castelo de Sintra diz que as avós das avós das nossas avós quando estavam num teatro, restaurante, baile ou mesmo caminhando pelo comércio da época, usavam o leque da seguinte maneira:
1- Junto ao coração para dizer:
Você me conquistou...
2- Fechado junto ao olho direito:
Posso vê-lo novamente?
3- Tocar o leque ao abaná-lo:
Desejo estar contigo...
4- Acariciar o leque fechado:
Não seja imprudente...
5- Leque meio aberto tocando os lábios:
Pode me beijar!
6- Mãos unidas abaixo do leque aberto:
Temos um segredo...
7- Esconder os olhos com o leque aberto:
Te amo!
8- Leque fechando devagar:
Quero casar contigo.
9- Passar o leque pelos olhos:
Desculpe-me.
10- Tocar a extremidade do leque;
Quero falar contigo...
11- Leque na face direita:
Sim.
12- Na face esquerda:
Não.
13- Abrir e fechar o leque repetidamente:
Você é cruel...
14- Deixar cair o leque:
Vamos ser amigos?
15- Abanar o leque devagar:
Sou casada...
16- Abanar depressa:
Sou comprometida.
17- Levar o cabo (!!!!!) do leque aos lábios:
Me beije logo!
18- Abrir o leque:
Espere-me.
19- Leque na cabeça:
Não me esqueça.
20- Leque na cabeça com o polegar levantado:
Adeus!
21- Na esquerda frente ao rosto:
Desejo te conhecer...
22- Na direita frente ao rosto:
siga-me...
23- Na orelha esquerda:
Estou cheia de você.
24- Rodar o leque com a mão esquerda:
Estamos sendo observados.
25- Rodar com a direita:
Amo outro homem.
26- Segurar o leque com a direita:
Não se precipite...
E por aí vai... safadinhas, as nossas antepassadas, não acha, amigo(a) internauta? Apostamos que daqui pra frente você verá filmes de capa-e-espada e romances de época com outro olhar nas cenas de paquera.
Informações retiradas de uma crônica escrita por Mario Prata para a revista Época (12/04/2004).