ELEITORES BRASILEIROS DESDE 2002

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quinta-feira, 25 de junho de 2015

POR FAVOR, CREIAM EM MIM...
Parte 1

Ela era toda linda, toda formosa e toda cheirosa. Eu era o Tarzan e ela era a Jane. Eu a segurei com um dos braços e com o outro me pendurei num cipó e descemos juntos da árvore até uma pequena clareira à beira de um riacho. A relva era macia. Eu era eu mesmo, e ela era a Miss Brasil... ah! Meu Deus... a Miss Brasil. Eu "armei o bote" e já ia aplicar o que na minha concepção seria o beijo mais longo, bem dado e gratificante do século, quando uma infeliz qualquer berrou com toda a força dos pulmões no meu ouvido esquerdo.
Custei a entender o que estava acontecendo. Vinha de São Paulo, tinha ido visitar meu tio e passar umas pequenas férias na casa dele. No começo não queria ir, mas tanto minha mãe insistiu que eu fui.
_ Vá ver seu tio, Davi... ele escreve constantemente perguntando por você...
_ Mas mãe...
_ Vá, Davi, é seu tio... _ E o Davi, que sou eu, terminou indo.
Fui contrariado e voltei contente. Minha mãe tinha razão, meu tio era ótimo anfitrião e eu conheci muita coisa em São Paulo de que não sabia da existência. O mês era Janeiro e as minhas férias na escola, eu era secundarista, coincidiam com as minhas outras férias na porcaria de emprego que eu tinha: Eu era office-boy. Da escola eu estava livre até Março, mas do trabalho... Esse, começaria dois dias depois da minha viagem de volta pra casa. Por esse justo motivo eu viajava com um pouco de raiva, pois durante Janeiro, passeando em São Paulo, descobri como é bom não trabalhar e ter todos os dias da semana para fazer o que bem entendesse. Ter que aturar a certeza de recomeçar a trabalhar quando chegasse ao Rio de Janeiro, que era a cidade onde eu morava, era duro demais, por isso eu me acomodei muito bem na poltrona do ônibus e ferrei no sono.
Eu havia dormido a viagem toda, e sinceramente não sabia em que ponto do itinerário São Paulo-Rio o ônibus se encontrava quando aquela mulher berrou histericamente no meu ouvido. Eu estava sonhando com a Miss Brasil, um sonho lindo, e aquela imbecil e distinta senhora me acordou na melhor hora com aquele guincho... custei a entender o que estava acontecendo... todas as pessoas no ônibus, todos os passageiros, agiam como malucos, berrando e gesticulando tal e qual a mulher que me acordou. Olhei pela janela totalmente apatetado com a situação absurda que estava instalada no coletivo. Era noite quando acordei. Tudo estava escuro lá fora e do lado de dentro as mulheres berravam, e pediam socorro, e aí então pensei ter compreendido a confusão, pois o ônibus corria muito e o motorista parecia ter perdido a direção. Devia ser isso, estávamos descendo uma serra sem freios, o ônibus chacoalhava a cada curva e eu já podia adivinhar os precipícios na escuridão da estrada. Levantei assustado e ouvi alguns homens que gritavam para o motorista correr mais, e aí, fiquei mesmo sem entender nada: Se estávamos sem freios, por que é que mandavam que o motorista corresse mais? Ele gritou assustado:
_ O motor parou! O motor parou!
No mesmo instante as luzes do ônibus se apagaram, depois tornaram a acender e o motor voltou a funcionar. Como se tudo fosse um pisca-pisca lento, a coisa prosseguiu. Olhei novamente pela janela e entre os gritos pasmados das pessoas vi o que pensei ser o dia amanhecendo instantaneamente. Numa fração de segundos tudo ficou claro a nossa volta e podíamos ver a estrada, as árvores e o precipício em que o ônibus acabara de se projetar. Vi toda a minha vida e todos os meus entes queridos de uma só vez na lembrança... Aí, tudo ficou escuro de novo e o ônibus pareceu cair interminavelmente. Isso se deu em menos de um minuto desde que acordei até a queda. Instintivamente, quando senti a queda, eu fechei os olhos, e quando tornei a abri-los pensei que devia deixa-los fechados para sempre.

Continua...


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