sábado, 30 de janeiro de 2016
POR FAVOR, CREIAM EM MIM...
Parte 22
Três dias se passaram e nenhuma aparição se concretizou no céu, mas a cada noite Alberto afirmava que as luzes apareceriam naquele lugar.
Ao cabo desses três dias eu tive uma surpresa; estava tirando água do poço para encher uma lata para Ana, quando ela falou pela primeira vez.
Sua voz era doce e meiga.
_ Você crê neles?
A pergunta me pegou de surpresa, mais por ter saído dos lábios de Ana do que pelo seu teor.
_ Não sabia que você falava.
_ Só quando é preciso. Crê mesmo neles? De coração?
_ E você?
_ Tenho certeza de que são reais... mas, você não respondeu...
_ Por que acha que estou aqui?
_ Gosto do seu jeito.
_ De mim? _Havia posse em seu olhar.
_ Um belo macho... _ Passou a mão nos meus cabelos.
_ O quê disse?
_ Te quero. _ Sua boca não se moveu mas eu ouvi.
Ela saiu com a lata cheia d'água.
Alguma coisa de muito estranho acontecia, mas eu não podia ir embora como fizera Brucutu. Eu ficaria até o fim.
Quatro dias e quatro noites tinham se passado e não chegava sinal algum de discos-voadores naquele céu, que era alvo constante das minhas vigílias noturnas. Não iria desistir, mas comecei a pensar em outros fretes ocasionais que quebrassem a monotonia do lugar.
No quinto dia, pela tarde, fui fazer o meu descanso, para suportar mais uma noite olhando as estrelas sem que tivesse sono. Eu gostava do galpão. Era dividido em duas partes; uma para os cavalos e outra para a estocagem de alimentos e colheita. Eu dormia numcanto, sobre um monte de palha. Com panos, fiz uma cama bastante confortável, me acomodei e dormi em pouco tempo.
Não sei por quanto tempo permaneci entregue a Morfeu. O silêncio era total no galpão, que tinha as portas fechadas, deixando-me numa penumbra. O velho Alberto costumava dormir naquela hora também e Ana devia estar com seus afazeres domésticos.
Eu tinha sono leve. Sempre fui agitado.
Acordei derrepente com um ruído e vi Ana, de pé, na minha frente. Fiquei encabulado, desconcertado pela sua presença. Por quê estaria ali?
_ Ana... o que é?... Aconteceu algo?
Ela levou o dedo aos lábios bem traçados, num gesto de quem pede silêncio. Não entendi sua atitude, sentei-me e esperei uma explicação. Ela olhou para a porta do galpão, como se certificasse de que o pai não nos espionava, e fez a última coisa que eu poderia imaginar dela fazer: Tirou a roupa, oferecendo-se a mim.
Nada disse sobre aquilo depois que acabou; Foi embora.
Continua...
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