sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
POR FAVOR, CREIAM EM MIM...
Parte 19
O tempo, como sempre , deixou a marca mas curou a ferida. Passou-se um ano e, nesse ano, pouca coisa de significante aconteceu comigo.
Continuei a fazer os fretes e a viver na estrada. Fazia isso sozinho, o que tornou-me mais conhecido dos outros motoristas. Mantive o nome com que Elizabeth e eu havíamos batizado o caminhão e passei a me prefixar por Marciano Maluco. Os caminhoneiros que já tinham ouvido falar da dupla que queria ver OVNIs estranhavam que eu dirigisse sozinho. Perguntavam por minha companheira e eu sempre dava a mesma resposta; dizia que ela havia voltado à São Paulo, sua cidade natal, e que adoecera e por lá faleceu. Ninguém estranhava pois um caminhoneiro está sujeito a pegar pestes e doenças nos lugares onde passa.
Não sei quantas vezes foram me dados os pêsames.
Quando Elizabeth morreu eu jurei pra mim mesmo que iria até o fim dos meus dias em busca das respostas que eu e ela procurávamos. Portanto, solitário, continuei pelas rodovias, de rádio ligado a espera de alguém que me informasse sobre alguma aparição. Devia isso à memória de Elizabeth que morreu sem saber que eu, assim como fui responsável pela sua morte, fui também, pela morte da sua irmã. Era o culpado desde o início e sabia disso demais. Se não fôsse a minha obsessão as duas talvez vivessem ainda.
Droga de discos-voadores! Onde quer que eu fôsse falava deles. Com quem dialogasse, mencionava-os... tornei-me conhecidíssimo nas estradas de todo o país por causa deles... e eles não apareciam nunca.
Continua...
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