segunda-feira, 26 de outubro de 2015
POR FAVOR, CREIAM EM MIM...
Parte 15
Eu preparara um esquema para nossa louca peregrinação. A jornada seria feita numa rota pré-estabelecida, por estradas no interior do país, pois era justamente nas vias de acesso entre pequenos e distantes municípios que se dava o maior número de ocorrências, contatos e visões de OVNIs. Arranjei mapas, cataloguei casos e muni-me da melhor máquina fotográfica que pude encontrar. Comprei para Elizabeth uma, também. Seria muito importante que, tanto eu quanto ela, estivéssemos sempre preparados para qualquer aparição.
Nós havíamos juntado todas as nossas economias e reunido um bom capital, pois, por sermos sozinhos gastávamos pouco. Tínhamos um emprego satisfatório e tudo foi arranjado para que saíssemos indenizados dele. Essa parte, Elizabeth conseguiu com certa facilidade pois era muito influente na firma.
Só restava uma dúvida: Como faríamos nossa jornada?A pé? de carro? De bicicleta?... De carro seria mais lógico, mas, aí, surgiu uma outra dúvida: e a gasolina? Nosso dinheiro, apesar de ser o bastante não ia durar a vida toda. Tínhamos que comer e dormir também em algum lugar. Como íamos fazer? Elizabeth pensou num trailler ou num ônibus que poderíamos transformar em casa ambulante... mas não daria certo. No fundo, sairia mais caro que um carro. Esse era o maior problema; como perpetuar o nosso dinheiro e gastá-lo ao mesmo tempo?
Tinha esquecido que podíamos vender um dos apartamentos, ou os dois, apesar do meu não estar totalmente pago. Elizabeth concordou em vender o apartamento dela e com o dinheiro pagaríamos totalmente o meu que, quitado, seria um possível refúgio caso o tempo passasse sem trazer-nos respostas para o mistério que queríamos resolver. Seria bom, apesar de tudo, ter sempre um lugar para onde voltar.
Mas o nosso problema persistiu. com o que sobrasse da venda do apartamento dela, aumentar íamos ainda mais o nosso capital mas não poderíamos evitar de gastá-lo com o correr dos dias. A resposta era uma só: tínhamos que arranjar um trabalho em que nos sustentássemos, e que nos desse condição de caçar OVINs sem tempo limitado. Precisaríamos de todo o tempo livre na estrada...
_ Descobri, Elizabeth!
_ Descobriu como vamos fazer?
_ Vamos comprar um caminhão e ser caminhoneiros!
_ Caminhoneiros???
_ Dessa forma estaremos sempre na estrada e ao mesmo tempo trabalhando... poderemos rodar por todo o Brasil!
_ Mas, um caminhão de carga é muito caro...
_ Nós pagaremos a prazo... com o dinheiro dos fretes que fizermos. O quê você acha?
_ Genial! A idéia é genial! É ótima! Acho que isto pode dar certo.
_ Tem que dar...
A venda do apartamento e a compra do caminhão nos tornou mais de um mês. Foi um tempo de preparativos em que eu via, a cada dia, a cada noite, o mesmo ônibus, a mesma nave-voadora, as mesmas coisas que rondaram meu passado de perto e que eu ia assumir como fato e problema, já psicológicos que eram. Elizabeth ficou muito animada com o andar dos preparativos; aquilo tudo iria fazer, por mais estranho que fosse, um bem danado para as nossas cabeças.
Tiramos as licenças para exercermos a profissão de caminhoneiros. Nos sobrou dinheiro até para comprarmos nosso PX. Tomamos também, aulas de direção. O dia chegou e nós estávamos prontos, com tudo pronto... já havíamos até acertado um carregamento de carrapaticidas para uma cidade na divisa de Goiás e Minas. Combinamos que sempre que pudéssemos viajaríamos à noite, guardando o dia pra descanso, pois à noite seria mais fácil vermos qualquer coisa relacionada com nossa obcessão.
Ainda no posto de carga, antes de saírmos, batizamos nosso caminhão de Ford-Voador, e, como seríamos rádio-amadores, nós batizamos a nós mesmos de "Os Marcianos Malucos". Nada mais nos prenderia a nada. A jornada iria começar...
_ O caminhão está carregado, gente!_gritou o despachante_ Vocês já podem ir e têm uma semana pra chegar lá. Boa sorte!
Eu beijei Elizabeth na boca e entramos no caminhão. Antes de ligar a ignição ela gritou, olhando para o céu:
_ Discos-voadores,lá vamos nós! IIIáááhhuuuu!!!!_ parecia um cowboy.
Comecei a rir, liguei o motor e coloquei o Ford-Voador em movimento; começara a nossa peregrinação.
Continua...
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